sábado, 11 de maio de 2013

Última volta

Completo a última volta
dos teus olhos.
Equilibro o teu rosto suave
na seda que desliza.

A minha sede é um círculo
de luz que me entregaram a beber.
O suor da minha saliva é uma estrela
que se espuma no presente.

Não quero imaginar o nada
que serias sem mim…
Eu sem ti sou tudo mais.

Não vou dormir enquanto
não acordar à tua porta.


CLÁUDIO CORDEIRO, in UM TUDO NADA ÁGUA (Lua de Marfim, 2012)

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