segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Feliz 2013 - Psicopatologicos

Abraços significam amor para alguém com quem realmente nos importamos...
para nossos avós ou nossos vizinhos, ou até mesmo para um ursinho amigo...

Um abraço é algo espantoso... é a forma perfeita de mostrar o amor que sentimos, mas que palavras não podem dizer.

É engraçado como um simples abraço faz-nos sentir bem...
em qualquer lugar ou língua...
É sempre compreendido...
E abraços não precisam de equipamentos, pilhas ou baterias especiais...
É só abrir os braços e o coração...
Coração com coração, sempre do vosso lado esquerdo...

Guardem este abraço !

domingo, 30 de dezembro de 2012

Carmina Burana ~ O Fortuna | Carl Orff ~ André Rieu

http://youtu.be/GD3VsesSBsw

Post Scriptum

Afasto de ti com
raiva surda

o corpo
as mãos
o pensamento

e apago secreta
uma a uma
as velas acesas do teu vento

liberta ponho o corpo
em seu lugar
visto a cidade
penteio um rio sedento

penso ganhar
e fujo
e não entendo

penso dormir
mas não consigo
o tempo

E cede-se o vazio
sobre o meu ventre

e segue-se a saudade
em seu sustento

E digo este meu vício
dos teus olhos
de um verde tão lento
muito lento

Se penso que te deixo
já te quero

Se penso que recuso
já te anseio

Se penso que te odeio
já te espero

e torno a oferecer-te
o que receio

Se penso que me calo
já te grito

Se penso que me escondo
já me ofereço

Se penso que não sinto
é porque minto

Se pensas que me olhas
já estremeço.


Maria Teresa Horta

Disse-te um dia

Disse-te um dia
que havia de dar-te uma estrela
tão real como os sonhos
do rio Guadalquivir
e o perfume adolescente
do teu corpo
a ondular na aurora de Sevilha
Não foste comigo a Barcelona
ver as pesadas corolas e os mosaicos
de La Pedrera
mas espera-me no aeroporto
de nunca antes
o rumor febril dos teu olhos
onde aprendi
que o tempo não existe
Mas a vida pode ser
também mágoa escura
bem sabes Por isso te prendo
as mãos sobre as ancas
para não fugirmos mais um do outro
e bebo todo o sol e afinal o tempo
nos teus lábios


Urbano Tavares Rodrigues

Janela da Saudade

Não quero sentir saudade
Mas olhando da minha janela
Tudo me fala de ti...
O ar que me envolve
Impregnado dos teus amoras
Eleva o meu olhar
Até ao horizonte longínquo
Onde te escondes...
Não quero sentir saudade
Mas a minha janela
Está voltada para o Céu
Em que vives.
As nuvens desenham formas
Que fazem lembrar o teu rosto
E a chuva que bate na vidraça
És tu chamando por mim...
És brisa que me beija,
Núvem que me embala,
Trovão que me desperta...
Não não quero sentir saudade
Mas não posso fechar a minha janela!

Céu Cruz

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Poema da recusa

Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
nem na polpa dos meus dedos
se ter formado o afago
sem termos sido a cidade
nem termos rasgado pedras
sem descobrirmos a cor
nem o interior da erva.

Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
minha raiva de ternura
meu ódio de conhecer-te
minha alegria profunda


Maria Teresa Horta

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Morrer de amor é assim

Quem morre de tempo certo
ao cabo de um certo tempo
é a rosa do deserto
que tem raízes no vento.

Qual a medida de um verso
que fale do meu amor?
Não me chega o universo
porque o meu verso é maior.

Morrer de amor é assim
como uma causa perdida.
Eu sei, e falo por mim,
vou morrer cheio de vida.

Digo-te adeus, vou-me embora,
que os versos que eu te escrever
nunca os lerás, sei agora
que nunca aprendeste a ler.

Neste dia que se enquadra
no tempo que vai passar,
termino mais esta quadra
feita ao gosto popular.


Joaquim Pessoa

sábado, 1 de dezembro de 2012

Amo um anjo

Caminho rendido nas palavras ao vento
seguindo em teus lábios os passos atados
como a lua vendida às dores do desejo
como as ondas seguindo no calor dos teus braços.

O fogo ateado em teus olhos nascido
rebento que cresce das raízes da mão
traz o verso que a vida tem esquecido
porque este sem mim não tem emoção.

Os murmúrios escondidos que teu ventre aquecem
são segredos lembrados que a memória não lembra
são lágrimas engolidas que teu corpo enternecem
são vida esquecida no teu coração.

Perdoa-me, amiga, por não ser quem sou
perdoa-me se te dou a mão
perdoa-me se te trago o vento
perdoa-me o que te der então.

Entre o verde dos teus olhos tua tez se ilumina
é loucura que aperto e não quero largar
abro os ouvidos ao teu nome despido
rio nascido que cresce para o mar.


José Maria Almeida