domingo, 7 de abril de 2013

Teces nos teus olhos

Teces nos teus olhos
O frio da madrugada.
As fontes, onde as aves
Beberam os gritos.
Teces a espuma deste mar
Que te levou de mim,
Os domingos de sol
Numa tarde de Maio,
Quando o silêncio renasce
Da sua morte.
Foi para ti que inventei o sonho,
Para que os anjos tristes
Que te acompanhavam,
Te desamparassem.
Foi neste mar imenso,
Nesta praia deserta,
Que nasceu no teu rosto
A madrugada.


PAULO EDUARDO CAMPOS, in NA SERENIDADE DOS RIOS QUE ENLOUQUECEM (Amores Perfeitos, 2005)

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