quarta-feira, 27 de março de 2013
Ainda hoje sou
Ainda hoje sou
e já não sou mais
que despojos
de um dia que passou:
aquele raio que em mim
se instalou,
aquele aroma
que me enche,
aquele sorriso
que vi e não secou,
as cores
que ontem foram
e hoje não vi.
Tudo isso eu sou,
nesta aurora que se eleva
e não entrou ainda em mim.
É apenas uma luz
que pelos meus olhos entra
e minha alma recebe
e apreciando
faz memória.
Mas é nessa distância que sou;
é nesse horizonte que me projecto;
é o sol que se eleva que eu amo.
Não, não sou apenas o que fui
sou também o que sou,
o que serei e o que não fui.
Sou fé, sou esperança,
sou a justiça que quero ser
pelo amor que me alimenta.
Sou sede de viver.
José Maria Almeida
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