quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Talvez um dia...

Talvez um dia eu parta
para essa viagem sem fim,
sem saber por onde passei,
nem os trilhos que pisei.

Talvez um dia eu parta,
feche os olhos e adormeça,
sem me ter sentido acordado,
que não errante e atordoado.

Talvez um dia eu parta,
me livre da angústia e nostalgia,
e encontre a serenidade,
quiçá, a suprema felicidade.

Talvez um dia quem sabe
olhe para trás e entenda,
no fim do caminho que percorro,
tudo o que hoje me interrogo.

Talvez um dia quem sabe
acabe com a maldição,
o sentir amado e não amar,
porque deixei de lutar.

Talvez um dia quem sabe
eu aprenda a conhecer-me,
talvez então tarde demais,
para viver entre os mortais.

Olho para trás e que vejo?
Buracos negros deixados
e intervalos de vida sem cor,
um vazio enorme… muita dor.

Talvez um dia eu parta,
vista a vida de negro
e a leve nessa viagem,
último suspiro… uma miragem.

Celso Cordeiro

Sem comentários:

Enviar um comentário