sexta-feira, 18 de novembro de 2011

És a página em branco

És a página em branco que viro com a respiração
Corpo leve ao respirar esta essência da partilha
do ar que consumimos
Boca na boca respiro-te

Descubro-te na solidez dos dedos ágeis
Página em branco que preencho com os braços
envoltos na espessa neblina do arfar
Braço no braço escrevo-te

És a criação da liberdade em movimento
És a palavra liberta em redor do corpo
Marfim talhado na robustez da descoberta
Palavra a palavra crio-te

No perpetuar dos dias escorre o suor da vida
esse áspero mar que nos carrega
e me convida a escrever escrever continuamente
em todo o recanto da tua branca página

José Bernardes

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