quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A dor que se deseja!

Fecho as pernas
por entre os braços que me abraçam,
cerro os olhos
e ouço apenas o coração
ritmado dentro do peito,
ouço as águas do ribeiro
beijando as margens verdejantes,
ouço as minhas lágrimas;

E calo-me,
calo-me em ti.

A felicidade também dói,
o amor dói,
a paixão dói.

Afagas-me o rosto com a ponta dos dedos
e há um sorriso encantador que te marca as faces,
tremo as mãos
e o coração quer rasgar-se por dentro.

Sinto a areia molhada onde me sento
e acomodo melhor o corpo,

Pincelo na areia o teu nome
e deixo que a espuma das águas o envolva…
partilho-te…
e partilho-te com o vento,

O relógio parou no meu pulso
para que o tempo se eternize em nós.

A felicidade também dói,
o amor dói,
a paixão dói,

Mas dói no outro lado do peito

 

Francisco Valverde Arsénio

Sem comentários:

Enviar um comentário